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21 janeiro, 2013

O MAU DO HUMOR


O MAU DO HUMOR


Eu nunca sonhei com você, nunca fui ao cinema, não gosto de samba, não vou a Ipanema, não gosto de chuva nem gosto de sol. E quando eu lhe telefonei, desliguei, foi engano. O seu “nome, não sei”.


O compositor Tom Jobim podia não sofrer de nenhum transtorno do humor, mas a letra de sua Lígia encarna com propriedade um narrador com tal perfil: não vê esperanças no futuro, não gosta de se divertir, tem dificuldade de se relacionar e, inseguro, teme se expressar, com isso, perde oportunidades.


Se fosse possível fazer o diagnóstico desse personagem fictício, algum psicólogo ou psiquiatra diria estar diante não de um "chato", mas de um portador de distimia. E esse problema não é uma ficção. Acomete cerca de 5% da população mundial e, como todo tipo de depressão, apresenta um elevado risco de complicações como o suicídio – até 15% dos casos –, doenças cardiocirculatórias, dependência do álcool e outras drogas, distúrbios da personalidade e depressão profunda.


Engana-se quem imaginar que se trata de uma doença dos tempos modernos. A palavra distimia vem do grego e significa algo como mau humor. Na antiga Grécia, aliás, ela já era considerada um distúrbio semelhante à depressão clássica. "A diferença entre a depressão propriamente dita e a distimia é que esta, de modo geral, não causa um prejuízo tão pronunciado. Em compensação, como se trata de um estado crônico, de intensidade moderada e de curso variável, ela é mais arrastada e leva cerca de dois anos para ser caracterizada, o que torna mais difícil o seu diagnóstico", explica Dr. Ricardo Moreno, coordenador do Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). "Por isso, muitas vezes o diagnóstico é dado durante uma psicoterapia, daí sendo o paciente encaminhado a um psiquiatra para um tratamento medicamentoso, à base de antidepressivos".


Da água para o vinho – Outra circunstância que dificulta a definição do diagnóstico é, segundo os especialistas – psicólogos, terapeutas e psiquiatras –, o fato de os distímicos e as pessoas que com eles convivem entenderem que esse estado de pessimismo, mau humor crônico, insatisfação generalizada e incapacidade de aproveitar a vida seja resultado de uma timidez natural ou de uma personalidade difícil. Não é bem assim. "Todos nós temos direito a momentos de mau humor, de crítica e isolamento. É, também, normal ficarmos tristes diante de uma perda. Mas quando essa sensação se instala de forma crônica, persiste por mais de dois anos, vale a pena investigarmos. Caso contrário, vamos passar a vida sem desfrutá-la. Isso sim é triste!"


Os resultados de um tratamento adequado, com antidepressivos, costuma restituir a alegria de viver aos pacientes. Foi assim, por exemplo, com o funcionário público Isaías Silva, de 60 anos, casado e pai de cinco filhos, que sofria de distimia desde a adolescência e só descobriu o problema na idade madura, após três anos de psicoterapia. "Foram mais de 40 anos de insatisfação, de uma sensação de não poder fazer o que eu queria, de inferioridade e de dificuldade nos relacionamentos. A gente acaba se acostumando e aceitando que somos assim mesmo. Através da psicoterapia, no entanto, fui encaminhado para uma psiquiatra. Nesses dois últimos anos de tratamento, minha vida teve um extraordinário salto de qualidade. Minha mulher e meus filhos dizem que eu fiquei mais participativo e menos retraído”.


Sem dependência – Mas quem se deu melhor, claro, foi o próprio Isaías, que, finalmente, se viu livre da dependência do cigarro e do álcool – que o levou a uma pancreatite e à retirada do baço. O próximo desafio do funcionário público será, no futuro, passar a não depender mais dos antidepressivos. "Eles serão retirados aos poucos, de acordo com a recomendação médica, para que a vida seja totalmente normal", diz. É o que também os especialistas desejam para seus pacientes. "Ao contrário do que algumas pessoas pensam os antidepressivos não causam dependência, mas um tratamento medicamentoso, nesses casos, deve ter começo, meio e fim, e as doses são administrados de acordo com a sua eficácia, a tolerabilidade do paciente e os seus efeitos colaterais”.

Fonte: http://www.catequisar.com.br


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