Acredito que não seja muito fácil reconhecer os próprios medos diante das circunstâncias que a vida nos prepara, mas talvez seja esse o caminho para enfrentá-los e tentar resolvê-los.
É muito importante notar que a palavra "medo" na linguagem do dia a dia pode significar uma variedade muito grande de preocupações que vão desde uma sensação muito forte diante de perigos evidentes, como um cachorro ameaçador, até um pavor de falar em público ou ser repreendido por alguém.
Com certeza, todas nós já experimentaram sentimentos de medo e ansiedade, seja de qualquer forma, com maior ou menor intensidade.
Desde os primeiros anos de vida, as crianças são de uma certa forma perturbadas pelo medo e algumas tem pavor disso que sua liberdade de ação pode ficar comprometida.
Também os adultos têm medo e muitos lutam com apreensões que têm raízes dos seus receios de infância.
Dependendo de algumas experiências que esta criança viva , seja no ambiente familiar ou não, esta criança poderá apresentar uma evolução patológica do medo, tendo por característica uma perturbação de comportamento, sendo por exemplo, algumas manifestações de timidez e vergonha até chegando a crises de ansiedade ou fobias.
O medo é uma força motivadora dos seres humanos. É um fator de defesa biológico e de proteção sendo ligado ao instinto de sobrevivência.
Portanto, não é patológico, é sim o medo biológico, muito importante e necessário para proteger a criança dos perigos, devendo ser corretamente treinado e ensinado.
Os medos na fase da infância nem sempre são previsíveis se levarmos em conta as diferenças de cada criança quanto à suscetibilidade.
A mesma situação pode ser ameaçadora para uma criança e deixar outra completamente indiferente ao que esta ocorrendo.
Além disso, a criança pode ficar perturbada por certo estímulo em determinada situação, não lhe dando qualquer atenção em outra circunstância.
Um pequeno exemplo, uma criança de três ou quatro anos, pode ficar amedrontada ao ter de entrar sozinha numa classe cheia de crianças que não conhece.
No entanto, poderá sentir-se à vontade se estiver acompanhada de sua mãe ou seu pai.
Há também a aprendizagem direta, específica e restrita:
Uma criança que é mordida por um cachorro e passa a temer aquele cachorro. Os efeitos podem ser no geral, quando então ela passa a ter medo de todos os cachorros ou qualquer outro animal de quatro patas.
Há também com relação ao ambiente em que vive, há sempre uma tendência da criança adotar os medos de seus pais.
É importante ensinar a criança a avaliar a realidade em que ela vive.
Dê a seu filho uma mensagem objetiva e breve, com segurança e autoridade. As discussões ou questões poderão vir depois: "Alguns cachorros são bravos, mas este não irá mordê-la."
Situações que são ameaçadoras parecem menos assustadoras quando a criança ganha algum controle sobre ela.
Uma das estratégias é dar a ela um objeto ou brinquedo preferido para dar sorte e ajudá-la a enfrentar o medo.
Faça a criança entender que ela esta segura e que está tudo bem.
Preste muita atenção, não se engane, toda criança está muito atenta às ansiedades de seus pais.
Os pais também podem influenciar seus filhos com seus próprios medos, isso sem querer.
As crianças aprendem primeiro por imitação e repetição. Por mais que se tente negar, até os bebês são capazes de perceber a mudança, por exemplo, na mãe diante do medo. Sua voz fica tremula e seu corpo rijo”.
Expressões corporais e faciais e palavras irão confortá-la e assegurar que tudo está sob controle. Com certeza ela vai sentir-se mais segura e protegida.
Apesar dos medos infantis serem muito comuns, os pais devem ajudar ao máximo para que seus filhos não os desenvolvam. Bastando para isso alguns cuidados como:
Evitando críticas, humilhações, castigos em excesso e desvalorização da personalidade da criança. É nesta hora que os pais tem que ter muita calma e clareza para ajudar a não desenvolver um medo ou um pavor de alguma situação.
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