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04 agosto, 2012

Complexo de Culpa


Complexo de culpa

Por: Maria Helena Brito Izzo
Psicóloga e terapeuta familiar. Fonte: Revista Família Cristã


Quando se fala em complexo de culpa, todos se sentem mais ou menos atingidos. Mas há complexos e complexos. Uma pessoa pode se sentir culpada por haver prejudicado alguém ou se omitido em coisas sérias voluntariamente no passado, e esse sentimento lhe está pesando na consciência até hoje. Há dois aspectos a serem considerados: o do arrependimento, por ter procedido dessa forma, e o do não arrependimento, mesmo depois de constatar que praticou o mal.

No primeiro caso, existe uma grande mágoa que impede a pessoa de viver feliz, pois a culpa machuca lhe a alma. No segundo, ela não se arrependeu do que fez ou deixou de fazer, mas inconscientemente carrega a culpa que a fere, incomodando-a, mesmo que demonstre não se importar com isso. As vítimas do primeiro caso têm uma tristeza de fundo; já as do segundo, sentem medo de não evoluírem e de serem castigadas.

O complexo de culpa mais comum e que preocupa mais é aquele que a pessoa nutre em relação a si. Traduz-se numa mágoa profunda, depressão e sentido de vazio. Alguns impulsos, neuroses e complexos são ocasionados por situações não resolvidas quando aconteceram. Por exemplo: uma frustração não digerida pode acarretar mil problemas para uma pessoa. Por essa razão, tudo o que a está prejudicando psicologicamente precisa ser levado em conta, admitido. Deve buscar a causa do problema para ser tratada, a fim de posicionar-se de forma diferente perante a vida. Também não adianta só _ saber os motivos de um complexo. É preciso pôr mãos à obra, lutando contra ele e aceitando uma nova verdade; vendo que aquilo que a prejudicou não foi bom, mas aconteceu num determinado período da vida e nem por isso se repetirá indefinidamente.

Às vezes, alguém carrega um complexo de culpa pela vida afora porque lá atrás, na infância, deixou de fazer uma lição, passou uma-vergonha em público, sentiu-se incapaz, não soube lutar e não engoliu aquela frustração. O que acontece no passado tem reflexos no presente: são neuroses não digeridas. Uma vez aceitas e trabalhadas, a pessoa deslancha.

O melhor caminho para alguém vencer a si próprio é procurar um bom profissional, com condições de fazê-lo chegar às causas dos obstáculos, até em nível de inconsciente. Há, porém, os que não têm possibilidades de apelar para um psicólogo, mas dispõem de uma boa dose de força de vontade. Para esses, o importante é analisar-se e dizer: "Sinto-me prejudicado por atitudes ou omissões do passado. Mas a partir de hoje não quero mais deixar-me influenciar por isso. Vou lutar contra esse sentimento, caminhar devagarinho em todas as direções, acreditando que vou realizar essa mudança em mim, pois tenho o direito de ser feliz e de usufruir da vida. Não é por causa de um erro cometido no passado que devo culpar-me para o resto da vida".

Quem vive se lamuriando refugia-se atrás de uma desculpa esfarrapada. Omitiu-se, mas pode realizar agora. Errou, mas pode consertar o erro. Demonstra covardia e fraqueza quem
vive fugindo de si mesmo. E hora de levantar a cabeça, dar a volta por cima e não errar mais. Mas é preciso muita coragem para tomar essa decisão, porque se desacomodar é muito mais difícil. Há outro detalhe.

A pessoa que nutre um sentimento de culpa é um tanto masoquista. Gosta de ser vista como vítima - para chamar a atenção. Mas é bom lembrar: aquele que se acomoda, continua cada vez mais no complexo, na neurose, no medo. Não adianta tapar o sol com a peneira. É necessário admitir a verdade e encontrar o caminho para a saída. Só os esforçados e fortes o conseguirão.

Está provado cientificamente que o ser humano é produto das cargas genética, espiritual e do meio ambiente. Seu modo de agir varia de acordo com sua essência e a do meio em que vive. Sente-se mais protegido, por exemplo, a pessoa que provém de uma família sadia, que se norteia por princípios sólidos. Mesmo atingido pelos reflexos de uma sociedade doente, reúne condições de julgar entre o certo e o errado e optar pelo bem. Sabe se proteger e tem autocrítica. Não é porque o mundo está selvagem e os homens cada vez mais ambiciosos, sem escrúpulos e corruptos que a pessoa se deixará contaminar. Está faltando no mundo de hoje justamente o amor que vem de dentro, que brota da fé.

O cristão acredita que é filho de Deus e deve assemelhar-se a Jesus Cristo, seu irmão maior. Mas para atingir esse objetivo, precisa superar muitos obstáculos. Até Jesus os enfrentou. É claro que não conseguirá ser exatamente igual a ele, mas dentro de suas capacidades e limitações chegará a um grau que reproduza o melhor de si. Por isso, não adianta ficar olhando para o outro e invejando-o. É fundamental cada um olhar para dentro de si a fim de encontrar a melhor forma de realizar seu ideal e vencer as frustrações.


Fonte: www.catequisar.com.br


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