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29 abril, 2012

Cardiologista aponta maneiras de lutar contra os males da solidão



Cardiologista aponta maneiras de lutar contra os males da solidão

O médico do Hospital das Clínicas aponta aliados contra a solidão: comer adequadamente, relacionamentos saudáveis e exercícios físicos. Ele afirma que o isolamento agrava doenças ligadas ao estresse e à baixa imunidade.


Não haveria desenvolvimento humano sem vínculos, laços entre a família e os diversos grupos sociais. São eles que contribuem para o crescimento de todos nós. Ao mesmo tempo, estar cercado por dezenas ou centenas de pessoas durante muitas horas pode ter consequências graves. A insegurança, a competição desenfreada e o medo aumentam a carga de stress. Como fuga, muitos só enxergam o isolamento como proteção.

O pesquisador americano John Cacioppo, diretor do Centro de Neurociência da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, que estuda a relação entre cérebro e corpo há mais de 30 anos, tem a resposta. Depois de uma longa observação e exames clínicos em milhares de pacientes, concluiu que, nas pessoas solitárias, as infecções são mais oportunistas. Assim, elas ficam mais expostas aos vírus, de uma simples gripe ou até do HIV, além das doenças do coração como o enfarto e o derrame.

No Brasil, a solidão também está contribuindo e muito para o aumento das doenças. “A doença cardiovascular e o câncer são dois grupos de doenças que vão mais matar nos próximos 30 ou 40 anos. Essas doenças estão ligadas à situação de estresse e baixa imunidade. A solidão hoje é mais uma agravante, é mais um fator de risco junto com todos esses que a gente conhece. Temos que conviver com essas situações de estresse da maneira mais adequada, criando forças pessoas para enfrentar essas situações sem ficar doente”, afirma o cardiologista Carlos Alberto Pastore, do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

O cardiologista volta a bater na velha tecla. Não há aliados mais confiáveis contra os males da solidão, como comer adequadamente, buscar sempre relacionamentos saudáveis e exercícios físicos. O contador Carlos Eduardo Alarcão que o diga. Ele seguiu a risca a recomendação médica para escapar de uma solidão que quase o deixou desesperado e doente: quando o casamento acabou. “Homem é acostumado a chegar em casa e ter uma pessoa que cuide de você”, diz.
Difícil também foi ter de ficar longe dos filhos ainda pequenos. “Sou um cara extremamente família. Sempre fui um pai que acordava de madrugada e dava mamadeira para os filhos. De repente, você se depara sozinho sem ter para quem fazer isso. Esse negócio de separação é muito dolorido”, declara o contador. Carlos tentou aceitar o novo jeito de viver, mas não conseguiu. “Eu fiquei uns dois meses na casa da minha mãe, porque não tinha coragem de ir para o meu apartamento. Não tinha coragem de encarar o apartamento”, revela.
A saída que ele encontrou foi beber para dormir e esquecer. Também não deu certo. “Vou sair de um problema e entrar em outro? Daqui a pouco, estou em alcoolismo. Aí, eu parti para outro lado e fiz um trabalho psicológico”, reconhece.
É fácil tomar essa decisão? Se cuidar desse jeito?
Carlos Eduardo Alarcão: Não, é complicado. Tem que ter muita força de vontade.
Por que é tão difícil aparecer essa força de vontade?
Carlos Eduardo Alarcão: Eu me pergunto, às vezes, por quê? Ainda não tenho a resposta, mas tem que persistir. Tem que correr e falar: ‘eu vou, tenho que fazer’. Tem que tomar aquilo ali como prioridade, senão você entra em desespero.
Um incentivo foi fundamental: “Acho que foi pensar mais nos meus filhos também. Acho que eles precisavam ter uma pessoa forte ao lado deles. Não era só eu, pensando só em mim. Meus filhos precisam de mim também. Então, é preciso ter disposição, dinamismo para poder ajudá-los na caminhada deles também, para mostrar que a vida não para, que tem que continuar. Eu me considero feliz. Tenho saúde, tenho os meus filhos maravilhosos. O que mais poderia querer?”, declara Carlos.

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