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11 abril, 2012

TECNOFOBIA: o 2º pior mal do século


TECNOFOBIA: o 2º pior mal do século


Você conhece alguém que sofra de tecnofobia? Sim, medo de tecnologia mesmo. Conhece?


Muita gente que conhecemos se péla de medo de tecnologia. Dá até pena de ver

Eles às vezes se escondem. Pode ser um amigo próximo, um chefe direto, um parente chegado, um colega dos tempos de colégio. Mas eles estão por aí. E são muitos, e sofrem desse mal que vem atingindo um número cada vez maior de seres humanos no mundo moderno.
Na filial australiana da Intel, um departamento fictício chamado “Tech Therapy Group ” (grupo de tecnoterapia, na tradução) se propõe a curar as vítimas desse mal. É um projeto com uma proposta cômica, seja lá o que for o conceito de cômico para um australiano. Mas osquatro vídeos lá apresentados, incluindo algumas variações, expressam certas verdades, representadas por alguns casos de medo de tecnologia.


Apresento-lhes do Dr. Lemmy Halpman, terapeuta de tecnófobos

São passagens do doutor Lemmy Halpman, personagem fictício de um psicólogo tratando de vítimas de tecnofobia. Seu nome, na verdade, é um trocadilho com a expressão “let me help them” (deixe-me ajudá-los).
Além do vídeo de apresentação do conceito e do terapeuta, há três estudos de caso. O primeiro deles, todos também fictícios, é o de Daryl Waters, um corpulento açougueiro que padece de tecnofobia. O segundo é o caso de Tony Johns, um homem de negócios que sofre de desordem de resistência a upgrades, sendo a síndrome descrita para o médico por seu casal de filhos adolescentes. E, por último, o caso de Cathy Williamson, uma vendedora, portadora de relacionamento disfuncional. Pena que esteja tudo em inglês. Mas, para quem conhece o idioma, é uma boa.
Mas temos boas notícias, pelo menos no âmbito da pequena tecnofobia que assombra alguns usuários atuais de maquinetas e implementos digitais. Segundo a pesquisadora Uma G. Gupta, professora-chefe da Universidade de Nova York em Brockport, a tecnofobia tem cura. Em fevereiro de 2001, quanto era reitora da Escola de Tecnologia da Universidade de Houston, no Texas, Gupta escreveu um artigo bem leve e esclarecedor sobre o tema no site “Student Affairs ”.
— O problema é que a tecnologia se complicou. Ouvir música já não é mais apenas ligar o rádio, os manuais dos telefones são escritos quase como instruções para um reator nuclear, e tocadores de DVD e Blu-ray às vezes podem nos reservar experiências humilhantes — diz Gupta. — Chegamos a um ponto em que, como a overdose de tecnologia que nos cerca é considerada normal e saudável, a ideia de tecnofobia parece até coisa antinatural e indicativa de alienação. Mas é algo que afeta muita gente, pessoas que, algumas vezes, nem sabem que sofrem deste mal.


A pesquisadora Uma G. Gupta
Gupta explica que a tecnofobia, como outras fobias, é o medo ou o desconforto com relação à tecnologia. Ela invoca um vasto leque de emoções negativas, tais como ansiedade, sensação de incompetência, medo, estresse e nervosismo.
Só agora estamos começando a compreender a existência desse fenômeno e suas consequências de longo alcance nos indivíduos, nas organizações e mesmo em sociedades inteiras, minimizando sua habilidade de abarcar as ricas recompensas da tecnologia.
— Para entender a tecnofobia, precisamos compreender a invasão da tecnologia em nossas vidas pessoais e profissionais. Muitos outros eventos industriais e avanços na história da humanidade se processaram de maneira gradativa e compreensível. No entanto, a tecnologia digital chegou rápido demais — explica. — Ela não deu tempo para todos se ambientarem.
A maioria dos tecnófobos até gostaria de desfrutar dos benefícios gerados pela tecnologia, mas simplesmente tem medo de abraçar a novidade. Nesse processo, enquanto o resto das pessoas parece estar se movendo para a frente, os tecnófobos vivenciam uma constante sensação de estar rapidamente sendo deixado para trás.

Quais são os sintomas da tecnofobia?
• Medo de computadores e tecnologias correlatas
• Resistência à automação de processos
• Resistência a migrar de um sistema para outro ou de um software para outro
• Postura altamente crítica com relação a qualquer mudança ou implementação tecnológica
• Resistência passiva a novas iniciativas tecnológicas • Lentidão para aprender novas tecnologias
• Facilidade em arranjar desculpas para não participar de treinamentos tecnológicos
• Insistência em discutir a inutilidade de novas tecnologias
• Crença ferrenha de que “o jeito antigo é o melhor”

Algumas empresas e organizações estão percebendo o problema e promovendo seminários, workshops e encontros sobre o assunto, de modo a vencer a maior barreira, que é a dos que sofrem de tecnofobia se conscientizarem disso.
— Tecnofobia não é algo vergonhoso, e podemos dizer que nem chega a ser uma doença. Mas certamente não reflete a capacidade intelectual da pessoa. Por isso é importante apagar as ideias de culpa e vergonha em qualquer discussão sobre o tema e compartilhar com as pessoas que se trata de um problema que aflige muita gente, desde CEO’s até trabalhadores subalternos — recomenda Gupta.
É essencial que as vítimas da tecnofobia reconheçam o problema da sobrecarga de informações e do incontrolável ritmo da tecnologia. Essas pessoas precisam saber que todos nós lutamos para nos manter atualizados quanto aos avanços tecnológicos. Só que essa luta se trava em graus diferentes de pessoa para pessoa.
— Precisamos prover apoio forte e constante a essas pessoas de modo que elas possam identificar e superar sua fobia. Uma aula ou um fórum para discutir o tema pode ser um ótimo começo — sugere. — Uma dica é criar um ambiente amigável de aprendizado, em que as pessoas possam ser educadas de que falhar algumas vezes no aprendizado de novas tecnologias é algo perfeitamente normal. Na verdade, quanto mais se falha, mais se aprende e mais os conceitos se solidificam no aprendiz.


Mas, sim!, existe uma solução. E ela se baseia em motivação, força de vontade, persistência e, sobretudo, acompanhamento especializado
De resto, os tecnófobos precisam aprender a dar um pequeno passo de cada vez, sob a supervisão de um mentor que aplauda seus esforços e recompense suas vitórias.
— A tecnologia chegou para ficar: isso é uma verdade inquestionável e um futuro incontornável. Preparar-se para viver num mundo que é tão dramaticamente diferente do que era há uma década é equipar nosso intelecto para vivenciar os avanços da próxima década. Alguns de nós podemos ser pontas de lança nessa marcha em direção ao futuro. Mas todos nós somos caminhantes nessa marcha — ensina Gupta.

Postado - Por Carlos Alberto Teixeira. Categorias: Comportamento.

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